Intervenção de Francisco Lopes , Candidato à Presidência da República , Lisboa

Sobre os resultados das Eleições Presidênciais 2011

Francisco Lopes e Jerónimo de Sousa, em declarações sobre os resultados eleitorais, afirmaram que esta candidatura ligada aos trabalhadores e aos problemas do país, recolheu apoio e a identificação que constituem um importante contributo para novas opções políticas e garantiram a determinação na luta que continua e se vai intensificar para vencer o declínio nacional e as injustiças sociais.

Saúdo os trabalhadores, a juventude, o povo português.

Saúdo o Partido Comunista Português, a JCP, o Partido Ecologista “Os Verdes”, a Intervenção Democrática, os cidadãos sem filiação partidária, as dezenas de milhar de activistas homens, mulheres, jovens que, com a sua participação militante, com os seus tempos pessoais e familiares, foram a fonte da energia, criatividade e força desta extraordinária campanha.

Saúdo o camarada José Barata Moura, mandatário nacional e todos os mandatários da candidatura.
Saúdo todos aqueles que votaram na minha candidatura a Presidente da República e que assim a fizeram sua, dando com o seu voto um sinal claro de exigência de mudança na vida nacional. Cada um dos votos dados a esta candidatura pesa e pesará na acção para abrir um caminho novo para Portugal.

Esta candidatura que constituiu uma necessidade e um imperativo nacional, colocou ao povo português a questão essencial em causa no tempo em que vivemos: a necessidade da ruptura e mudança face a um rumo de declínio e injustiça social que conduziu o País para o atoleiro em que se encontra e a adopção de um novo rumo patriótico e de esquerda, vinculado aos valores de Abril e à concretização do projecto consagrado na Constituição da República Portuguesa, no caminho do desenvolvimento, da justiça e do progresso social.

Esta foi a candidatura que trouxe para a campanha e para as opções actuais e futuras, os problemas e aspirações dos trabalhadores e do povo, a necessidade de pôr termo à abdicação dos interesses nacionais e à subordinação do poder político aos interesses da especulação de um número reduzido de famílias, accionistas, gestores e beneficiários dos grupos económicos e financeiros, afirmando a independência nacional e a soberania do povo sobre o futuro do País.

Esta foi a candidatura dos trabalhadores. A candidatura que afirmou e afirma o caminho da produção nacional, da criação de emprego, da valorização do trabalho e dos trabalhadores, da resposta ao presente e futuro das novas gerações, do direito das mulheres à igualdade na lei e na vida, do papel dos intelectuais e quadros técnicos, dos homens e mulheres da cultura, do respeito pelos direitos e a dignidade dos reformados pensionista e idosos e das pessoas com deficiência, da defesa dos direitos dos imigrantes e das comunidades portuguesas no estrangeiro, dum sector público determinante nos sectores básicos e estratégicos, do apoio aos micro, pequenos e médios empresários, da defesa e valorização dos serviços públicos, da soberania nacional e da democracia política, económica, social e cultural.

Esta foi a candidatura que não teve quaisquer compromissos com a política de direita. A candidatura que marcou a diferença em relação a todas as outras, pelo percurso, pela verdade, coerência, objectivos, projecto, pela campanha e pelo compromisso duma intervenção que vai continuar.
Os resultados eleitorais obtidos pela minha candidatura claramente acima de 7% traduzem a afirmação e confirmação de uma força e de um projecto indispensável para abrir caminho ao futuro de Portugal.
No balanço desta candidatura está presente também, muito além da sua expressão em votos, a simpatia, o apoio e a identificação com os objectivos da candidatura, que constituem um importante contributo para novas opções políticas e a abertura de um caminho novo patriótico e de esquerda para o País.

A eleição de Cavaco Silva, embora com a votação mais baixa ou das mais baixas de sempre para um segundo mandato, constitui, não apenas a continuação, mas o agravamento dos problemas nacionais.
Os seus resultados são indissociáveis da vantagem de exercer as funções de Presidente da República, da utilização abusiva dos meios correspondentes, do recurso à dissimulação para esconder as suas responsabilidades na situação do país e o comprometimento com o pior da política de direita do Governo, incluindo as consequências nefastas das medidas do Orçamento de Estado para 2011.

A minha candidatura deu o contributo, que nenhuma outra deu, para confrontar Cavaco Silva com as suas responsabilidades nos últimos 25 anos, com a sua acção enquanto Presidente da República, com a sua posição de abdicação da soberania nacional e protecção dos especuladores e a sua vinculação aos interesses dos grupos económicos e financeiros, com a sua ligação a práticas e o comprometimento em decisões de grande gravidade para o povo português, com o seu acordo estratégico no pior da política do Governo PS. A minha candidatura foi a candidatura que de forma séria, consistente, coerente, determinada e corajosa enfrentou a candidatura de Cavaco Silva. Foi a candidatura que se afirmou na crítica e na proposta como a verdadeira alternativa a Cavaco Silva.

O capitalismo e a sua natureza exploradora, opressora e predadora, as políticas da União Europeia a política de declínio, injustiça e afundamento do País aí estão a querer cilindrar, sempre mais, o povo e o País.
No quadro da grave situação e dificuldades que atingem o País, os trabalhadores, as novas gerações e todo o povo português, a minha candidatura foi expressão e parte do processo de mudança que Portugal precisa e que é cada vez mais necessário e urgente.
As centenas de milhar de votos nesta candidatura, significam centenas de milhares de vozes que hoje se levantaram a dizer basta, a exigir mudança, uma nova política, um futuro melhor. Cada um disse o que tinha a dizer com o voto nesta candidatura e podem hoje olhar para si próprios com a consciência tranquila, dizendo fiz hoje o que devia ser feito. Estas centenas de milhar de vozes dirigem-se a todos os portugueses para alargar esta corrente de acção para mudar Portugal para melhor. Contem com a nossa convicção, a nossa determinação, o nosso projecto, a nossa confiança nos trabalhadores, no povo e no País. Temos encontro marcado já amanhã e todos os dias que se seguem na luta que continua e se vai intensificar para vencer o declínio nacional e as injustiças sociais, para construir um Portugal com futuro, uma sociedade mais justa.

Avançamos e avançaremos com toda a confiança!
Continuaremos e intensificaremos a luta com os que em nós votaram e com os muitos que se nos virão a juntar para que viva Portugal!

Share this
Versão para Impressão