Dinâmica de vitória na Marinha Grande

Mais de três centenas de pessoas participaram, quinta-feira, na Colectividade Sport Operário Marinhense, num comício de apoio à candidatura de Francisco Lopes à Presidência da República, que, num mar de entusiasmo e confiança, valorizou «a força colectiva dos trabalhadores e do povo» e apelou a que «todos sejam candidatos» do «protesto», da «indignação», da «exigência», por «um futuro melhor», por «um caminho de desenvolvimento, justiça, progresso social e dignidade».

«A liberdade está a passar por aqui», cantavam os «Ex-cudo$», animando as centenas que transbordavam naquele espaço, esperando, felizes e conversadores, o candidato apoiado pelo PCP, pelo Partido Ecologista «Os Verdes» e muitos democratas independentes.
As bandeiras – de campanha, branca, e de Portugal – esvoaçavam ao sabor da alegria, e foi com o tema «O Homem do Leme», que Francisco Lopes entrou na sala, com uma entusiástica e ruidosa salva de palmas. Um «mar» de gente que acredita que aquele é o caminho para a «ruptura e a mudança» que Portugal precisa.
«Francisco Lopes, Uma Candidatura Patriótica e de Esquerda», lia-se no palco, que acolheu Agostinho Oliveira, professor, Ana Rita Carvalhais, professora e dirigente da União de Sindicatos de Leiria, António Ferraria, da Federação dos Agricultores do Distrito de Leiria, António José Correia, presidente da Câmara Municipal de Peniche, Alberto Cascalho, vereador da Câmara Municipal da Marinha Grande, Basílio Martins, advogado, mandatário de Alcobaça da candidatura, Guilherme Correia, artista plástico, Joana Barão, licenciada, José Fernando, cerâmico e dirigente da União de Sindicatos de Leiria, e Luís Guerra Marques, eleito na Assembleia Municipal da Marinha Grande. Saudados por todos foram ainda Raul Teixeira, operário químico da União de Sindicatos de Leiria, Rogério Raimundo, vereador na Câmara Municipal de Alcobaça, José Luís de Sousa, dirigente do PCP, João Armando, do Comité Central do PCP, Jorge Pires, da Comissão Política do PCP, Etelvina Ribeiro, operária e dirigente sindical do Sindicato dos Vidreiros, da União de Sindicatos de Leiria e mandatária distrital, e Francisco Lopes, candidato à Presidência da Republica.
Etelvina Ribeiro, a primeira a intervir, começou por saudar todos os presentes, nomeadamente as mulheres e os jovens que «com a sua participação vieram expressar o seu apoio à candidatura de Francisco Lopes, cada vez com mais e mais apoios». «É a única candidatura, que defende a produção nacional, as pequenas e médias empresas, como ainda hoje ficou claro na visita de Francisco Lopes à empresa Crisvidro, a única que resta no nosso concelho de fabricação de vidro manual», lembrou, salientando, em jeito de crítica, que o Presidente da República «deve defender os interesses do povo», e que as candidaturas de Cavaco Silva, Manuel Alegre, Fernando Nobre e Defensor de Moura «estão comprometidas com as orientações neoliberais, seguidas pelo Governo, com o claro apoio do PSD».
«Francisco, avança, com toda a confiança», saudaram, repetidamente, os apoiantes, dando voz ao candidato, que considerou aquela como «magnífica iniciativa», e agradeceu por aquela «sala a abarrotar», mais «um comprovativo da força desta candidatura», que «cresce e avança».

Confiança no futuro

Na sua intervenção, o candidato começou por dar a conhecer a exposição que tinha presenciado, à pouco, sobre o 18 de Janeiro, quando se assinala o 77.º aniversário desse acontecimento maior da história do movimento operário, da luta dos trabalhadores, do povo da Marinha Grande. «Naquela sala está, de uma forma singela, todo um percurso de luta de gerações, que criaram condições, numa luta indomável, para as transformações revolucionárias de Abril, para os enormes avanços que se verificaram, para que a vida melhorasse, para que Portugal pudesse avançar», disse, explicando que «a, sua, nossa candidatura faz a diferença nestas eleições».
«Ela é um imperativo, a única alternativa que os trabalhadores e o povo português têm para uma mudança, no sentido patriótico e de esquerda. Se não existisse, no quadro das candidaturas que estão colocadas, o povo português não tinha alternativa de eleger um Presidente da República que respondesse às suas aspirações, não tinha alternativa para dar um voto que traduza o seu sentimento, a sua exigência, a sua confiança no futuro», acrescentou.
Francisco Lopes, avançando com propostas, falou ainda da necessidade de reforçar a produção nacional, «de ter um sector público forte, estar em sectores estratégicos da economia nacional, para serem geridos ao serviço do desenvolvimento, da actividade produtiva, do povo português, e não da acumulação do lucro de um grupo restrito de famílias e de accionistas».
Para isso deu um exemplo, de outra empresa que tinha visitado naquele dia, a Crisvidro, que exporta 95 por cento da sua produção, com cerca de 50 trabalhadores. «Quarenta por cento das suas despesas são em energia. Esta empresa teve um agravamento do preço do gás de 23 por cento. Ou seja, uma parte da riqueza que é produzida naquela empresa, 23 por cento é transferida directamente dos resultados da empresa, em descapitalização, para a GALP», relatou, condenando, de igual forma, o facto de as grandes empresas terem um desconto de 25 por cento no preço do gás e as mais pequenas não.
«Veja-se a diferença que fará, no dia em que o povo entender, eleger um Presidente da República que conheça, compreenda, viva, sinta os seus problemas, as suas angústias, as suas dificuldades, mas também as suas aspirações, aquilo que lhe pode dar alegria, entusiasmo. Eu estou aqui, para estas eleições para ser a alternativa para um futuro diferente para Portugal e para o nosso povo», frisou.
Depois das intervenções, era pois tempo de ir embora. Saíram com a música e a certeza de que «Venceremos», interpretado por Luísa Basto. Muitos foram para as suas casas, com as suas famílias, outros pendurar pendões, porque não há tempo a perder, todos afirmando a sua confiança de uma vida e um futuro melhor para o nosso País.

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