Grande arruada no Barreiro
Quinta 20 de Janeiro de 2011A três dias das eleições para a Presidência da República, Francisco Lopes recebeu «um banho de multidão», na parte da manhã durante a arruada pelas ruas do Barreiro, o que demonstra que esta candidatura - que recebeu a maior mobilização popular em comparação com todas as outras - vai crescer e avançar até ao dia 23 de Janeiro. Antes, o candidato da «ruptura e da mudança» visitou as instalações da EMEF (Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário), em risco de encerrar, onde defendeu o aparelho produtivo e a valorização do trabalho.
À porta da Câmara Municipal do Barreiro, onde se concentravam já largas centenas de pessoas, a Charanha «Huga do Rosário» atraia muitos outros, que encheram a Avenida Miguel Bombarda com as cores que vão assegurar a derrota da política de direita. Ali perto, estava a sede do PS, com a sua bandeira rota e suja, com as persianas e portas fechadas, não querendo ouvir a voz do povo, dos trabalhadores e da verdade. «São todos uns bandidos, tanto o Primeiro-ministro como Cavaco Silva», dizia uma popular.
Enquanto se esperava pelo inicio da arruada, o tempo era aproveitado para se ler o Avante!, o único jornal que realmente informa sobre como está a decorrer a campanha para as eleições presidenciais, para reencontrar amigos e camaradas, com um abraço fraterno, para ler os panfletos, distribuídos no local, com a lista de apoiantes da Península de Setúbal. «O voto certo na mudança necessária», destacava-se por entre o vermelho, rubro, que «abre novas avenidas de esperança e do futuro para Portugal».
Com Francisco Lopes, na vanguarda daquela multidão de pessoas, encontravam-se, entre outros, Bruno Dias e Paula Santos, deputados do PCP na Assembleia da República, Heloísa Apolónia, também deputada, mas pelo Partido Ecologista «Os Verdes» (PEV), Margarida Botelho e José Capucho, da Comissão Política e Secretariado do PCP, e Joaquim Judas, mandatário distrital.
Durante o percurso de algumas centenas de metros, o candidato entrou em quase todos os estabelecimentos comerciais e ouviu, em todos eles, queixas de quem lá se encontrava. «Isto está muito mau», dizia uma, que teve como resposta: «A minha candidatura é a única de ruptura e de mudança. Para este País mudar é preciso que cada um faça a opção necessária, que aproveite a oportunidade, no próximo domingo, com o voto na minha candidatura, de contrariar este rumo de afundamento do País.»
Na Seaside, uma conhecida sapataria de expansão nacional, Francisco Lopes direccionou a sua intervenção para as jovens trabalhadoras, certamente precárias, dizendo-lhes: «Melhores salários e estabilidade no emprego, é por isso que devem lutar. Têm todo meu apoio, por estabilidade e perspectiva de futuro». «Boa sorte», responderam-lhe, com um sorriso rasgado.
O candidato teve ainda uma agradável surpresa ao encontrar uma colega do Instituto Industrial, instituição onde cursaram quando jovens. «Agora estamos juntos nesta batalha», disse Gloria Teixeira. «Cá estamos, sempre com esta confiança, para um novo rumo, para uma sociedade mais justa», despediu-se Francisco Lopes.
«Vamos em frente»
No final da arruada, numa explosão de alegria e combatividade, Hélder Madeira valorizou aquela acção de rua, o que demonstra que «a população do Barreiro está com a candidatura de Francisco Lopes à Presidência da República».
O candidato - apoiado pelo PCP, pelo PEV e pela Intervenção Democrática (ID) - referiu, de seguida, que está nas «mãos do povo português o futuro do País» que deverá dar «um voto de rejeição ao rumo de desastre nacional, de exigência, de mudança, de afirmação e de confiança no futuro». «Nós não estamos condenados ao declínio, às injustiças sociais. Podemos ter um País mais desenvolvido e mais justo. Esse é o projecto desta candidatura», explicou, pedindo o voto de todos os que estão «indecisos, que têm dúvidas, que são atingidos pela política de direita».
Francisco Lopes defendeu ainda o aparelho produtivo e a valorização do trabalho, dando o exemplo da EMEF, que havia visitado na parte da manhã. «Estamos contra o projecto de declínio do sector ferroviário. A ferrovia é o transporte do futuro», assegurou, acrescentando: «É preciso defender os direitos dos trabalhadores».
«Esta candidatura significa o voto na dignidade do trabalho, dos trabalhadores, do povo, do nosso país. Tudo isto está a ser atingido por este rumo de desastre nacional. É preciso mudar. Domingo é uma etapa importante para a mudança de que Portugal precisa», disse ainda.
Sobre a questão de quem está ou não em condições de seguir para a segunda volta das eleições presidenciais, Francisco Lopes sublinhou que «não há outra candidatura capaz de enfrentar Cavaco Silva» que não a sua, que «não está comprometida com o rumo de afundamento do País», com «o Orçamento de desastre e de miséria», aprovado pelo PS e pelo PSD, com o apoio do actual Presidente da República.
«Vamos em frente, até à última hora, ganhar voto a voto, sabendo que a nossa candidatura é parte de um projecto de mudança, patriótica e de esquerda, vinculada aos valores de Abril, para cumprir a Constituição da República», salientou.