Levar a revolta até ao voto

Ao quarto dia de período oficial de campanha eleitoral, a caravana da candidatura patriótica e de esquerda rumou a Olhão. Junto ao mercado municipal, os apoiantes de Francisco Lopes foram adiantando trabalho e, em conversa com transeuntes e trabalhadores, procuraram mobilizar para o voto que, no dia 23, contribui para a luta que continua pela ruptura e a mudança.

A mensagem reganhou força à chegada do candidato, com as dezenas de apoiantes, empunhando bandeiras, a saudarem efusivamente Francisco Lopes. Cumprimentos, abraços, beijos, palavras de estímulo, de agradecimento e de boa sorte para o que falta da batalha eleitoral que se repetiram, inúmeras vezes, no contacto com comerciantes e consumidores.

Mas a passagem de Francisco Lopes por Olhão foi mais que uma troca de palavras amáveis. Contrariamente ao que normalmente acontece com os candidatos da burguesia, o comunista que se apresenta como alternativa para o exercício da Presidência da República interessou-se pela situação de cada um. E mesmo quando um reformado atalhou, embora sem hostilidade, a já típica frase «são todos iguais, são só palavras», Francisco Lopes respondeu ligeiro e de sorriso afável: tem de contar com a sua vida, olhar para a reforma que diz ser baixa, e analisar cada candidato a Presidente não apenas pelas palavras que diz, mas pelo conteúdo do projecto e proposta que apresenta.
Se o desafio lançado a este eleitor surtirá efeito ou não, só daqui a uma semana e meia se saberá.

A marcar a visita ao Mercado de Olhão, ainda, a crise e a política antipopular imposta pelo Governo PS, com o apoio do PSD e de Cavaco Silva. «Isto está de mal a pior», diziam uns; «olhe por nós, é só cortarem nos pobres» repetiam outros. E Francisco Lopes a todos dirigia palavras de estímulo - «não desista. Lute. Confie em nós que propomos a mudança desta política de injustiça e desigualdades. Faça ouvir a sua voz no dia 23. Não deixe que o calem».

Já à saída do edifício, um outro reformado assumiu - tal como o fizeram antes três pescadores, um par de vendedeiras de peixe e fruta e uma trabalhadora municipal – que «o meu voto está contigo», que é como quem diz, a minha revolta não fica à porta da assembleia de voto.

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